Para a Superintendência do Cade, negócio eliminaria um concorrente relevante no mercado de distribuição de gás e afetaria até distribuição de botijões.
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) propôs nesta segunda-feira (28) a rejeição da compra da Liquigás Distribuidora, subsidiária da Petrobras, pela Ultragaz. O processo agora será julgado pelo Tribunal do conselho, que dará a palavra final.
O negócio, avaliado em R$ 2,8 bilhões, foi aprovado em novembro de 2016 pelo Conselho de Administração da Petrobras.
Em seu parecer, a Superintendência afirma que a operação afeta a concorrência em mercados como o de distribuição de botijão de gás, de distribuição do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) a granel (que atende indústria e comércio), além do GLP fornecido à indústria de aerossóis.
Neste último caso, o documento aponta que haveria um monopólio do mercado com a união das duas empresas.
A compra da Liquigás pela Ultragaz, aponta a Superintendência, “significaria a eliminação de um concorrente relevante em um mercado onde as quatro maiores empresas respondem por mais de 85% de toda a oferta.”
A Superintendência analisou ainda que as distribuidoras regionais, quando presentes, não possuem capacidade efetiva para contestar o elevado poder de mercado detido por Liquigás e Ultragaz.
“Embora haja outras distribuidoras de grande porte, também não se acredita que elas tenham incentivos para rivalizar de forma efetiva com a nova companhia, já que as participações detidas pelos agentes são bastante estáveis nos últimos dez anos. Isso demonstra uma baixa agressividade e rivalidade entre os competidores do setor”, afirma o parecer.
http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/orgao-do-cade-recomenda-rejeicao-da-compra-da-liquigas-pela-ultragaz.ghtml